Dez lições que aprendi com a minha jornada minimalista

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Há pouco mais de 6 meses, dei início à minha jornada dentro do universo minimalista. Foi uma jornada difícil, cheia de percalços e decisões a serem tomadas, mas que no final acabou me gerando um início de paz e tranquilidade que eu estava desejando há meses.

Com o minimalismo, consegui aprender as mais diversas lições. Desde viver mais feliz possuindo menos, até peitar as pessoas que amamos para buscar aquilo que é nosso sonho, as lições que passamos a ter a medida em que avançamos nessa jornada são lições valiosíssimas, não importa o quão pobre ou rico, doente ou saudável você seja.

Seguem abaixo dez coisas que aprendi nessa jornada.

1) Ter experiências, não coisas

Por sempre ter gostado de viajar, aprendi a valorizar a busca por ter novas experiências ao invés da busca por coisas. Conhecer novas pessoas, dar entrevistas em uma rádio, fazer inscrições em times de poker (minha paixão como esporte) foram algumas das decisões que tomei após ter lido sobre o que o minimalismo realmente significa: a busca pelos nossos sonhos e por uma melhor qualidade de vida. Valoriza as experiências que obtive foi o primeiro ensinamento que apreendi nesse processo.

2) É possível amar algo sem precisar “possuir” aquilo

Eu amo livros. Não consigo ficar um dia sem uma boa leitura – leio pelo menos 30 páginas por dia – e sempre gostei de ter grandes quantidades de livros em casa. No entanto, comecei a perceber que não valia a pena ter uma biblioteca física ocupando espaço em casa e dificultando a limpeza. Foi quando conheci o Kindle, e também o Kindle Unilimited (serviço da Amazon que permite o acesso a milhares de livros pagando 20 reais por mês). Desde então, nunca mais comprei nenhum livro físico.

Com isso, aprendi que não precisamos possuir algo fisicamente para continuar sendo fã daquilo. Eu não preciso ter um CD físico do Iron Maiden para ser fã da banda, tampouco possuir um dos “tijolos” da coleção de Game of Thrones para ser fã da série. E isso se aplica a qualquer item em nossas vidas. É o conceito de economia compartilhada: o consumir ao invés do ter.

3) O dinheiro deve trabalhar para nós, e não o contrário

Minimalismo também se aplica às nossas finanças. Nós, brasileiros, temos a cultura de trabalhar por um salário no fim do mês para, assim, pagarmos as contas no início do mês seguinte. E assim ficamos escravos não só dos nossos empregos, mas também do dinheiro que recebemos, tudo por um simples motivo: não saber investir.

Quando aprendemos a consumir menos, economizamos mais dinheiro. Quando economizamos mais dinheiro, aprendemos a investir melhor. E ao aprender a investir, mudamos o jogo da vida: fazemos o dinheiro trabalhar para nossa conta, gerando mais e mais dinheiro através da matemática dos juros compostos. E esse é o segredo para gerar mais fontes de renda e enriquecer: ter uma cultura de make money (fazer dinheiro).

4) Fazer aquilo que amamos, mesmo ganhando pouco

“Faça algo que você ama” já é um dos clichês mais batidos da vida; e por isso mesmo, continua tão verdadeiro. Mas o que fazer quando aquilo que amamos não nos dá o retorno financeiro esperado, pelo menos no curto/médio prazo?

Devemos aplicar as regras do ponto 3 e continuar prosperando. Fazer algo com o que nos identificamos é a principal condição para que o dinheiro comece a fluir no longo prazo. Mesmo que as vezes possa parecer que esse momento não chegará, não desanime. Encontrar um trabalho apenas pelo alto valor do salário não só irá lhe trazer frustrações emocionais, mas fará com que você possa ter um péssimo desempenho, o que não é nada bom para a imagem de um profissional.

Por outro lado, mostrar a competência que temos em algo que gostamos, mesmo não sendo um trabalho bem remunerado, irá abrir oportunidades amplas de trabalho e fará com que o valor de mercado do profissional só aumente.

5) Mudar nunca foi tão fácil

Imagine que você precise se mudar da casa ou apartamento onde mora. Qual é a sua primeira sensação ao pensar no processo de mudança?

Se, assim como eu, você sentir alívio e despreocupação, então parabéns! Você entendeu o principal benefício material do minimalismo, que é não ter peso para carregar. Quem não tem peso voa com mais facilidade, graça e mais alto, além de poder ir cada vez mais longe sem se preocupar com o que deixará para trás.

6) Priorizar nossos sonhos

Qual seu maior sonho? O que você precisa para realizá-lo? E por que você está adiando tanto o início do caminho para conquistar isso?

Ao ter uma vida mais simples, abrimos o leque de ação para conquistar tudo sem o qual realmente não podemos viver sem. Seja aquela viagem, emprego ou morar em um iate, deixamos tudo de lado (pressão familiar, dificuldades financeiras) e partimos para o que importa: como tornarei realidade aquilo em que penso 24 horas por dia?

O pequeno passo do minimalismo é o início dessa jornada vencedora.

7) Ter menos coisas com as quais se preocupar na limpeza

A mesma pergunta que fiz no ponto 5, sobre mudança, também vale para a limpeza de rotina. Ao pensar em ter que arrumar a casa, qual o seu primeiro pensamento?

Ter uma casa com menos itens faz com que possamos economizar tempo na arrumação, tempo que podemos usar fazer um curso, aprendendo um novo hobby ou simplesmente indo correr na praia. Além disso, ter menos itens torna a limpeza da casa uma verdadeira terapia, algo que, por mais paradoxal que pareça, relaxa a mente e faz com que o processo seja cada vez mais divertido.

8) Parar de dar tanta relevância a presentes

Não que eu não goste de receber presentes, mas já fui o tipo de pessoa que ligava apenas para isso. Não havia um só aniversário no qual eu não pedisse aos meus pais por presentes.

Consequentemente, ignorava aquilo que era valioso de verdade: a companhia das duas pessoas que eu mais amo.

Foi por isso que passei a recusar qualquer forma de presente, ou mesmo a pedir isso. Sempre que alguém me dá uma indicação de que pretende me dar algum presente, peço coisas como um cupom de desconto para restaurantes japoneses (amo sushi) ou peço doações para alguma ONG com a qual contribuo. Coisas mais simples e muito mais gratificantes do que acumular coisas no meu quarto.

9) Maior foco e produtividade

Embora hoje eu possua um nível de produtividade diária bem abaixo do que eu realmente gostaria, há menos de 2 meses ele era muito pior do que é hoje. E isso é o maior avanço que vejo no meu processo de adesão ao minimalismo.

Desde então, consegui realizar coisas como traduzir meu primeiro livro, criar este blog, realizar entrevistas em rádios da minha cidade e voltar a escrever textos sobre finanças pessoais. Além de ir atrás do meu sonho de me tornar jogador de poker, algo que gostaria desde 2015. Tudo isso graças à eliminação de hábitos nocivos, que me deu mais energia para focar em assuntos de real importância.

Até mesmo nas redes sociais, principais vilãs de qualquer boa performance, o minimalismo dominou. Passei a seguir perfis de assuntos que realmente me importam, como finanças, tecnologia e poker. Sigo menos perfis, mas melhorei na qualidade dos acessos. Um excelente início de avanço.

10) Ter mais amor próprio

Uma coisa que demorei a ter, o amor próprio é fundamental se você deseja ter qualquer outra coisa que foi citada nessa lista. Afinal, alguém que não ame a si próprio dificilmente irá despertar o respeito e a confiança de qualquer outra pessoa.

No meu caso, eu sempre deixei pela metade qualquer coisa que tentava realizar. Em termos de relacionamentos, pior ainda. Ter pouco contato com a minha família me fez mal em todos os demais aspectos, a ponto de eu não conseguir manter nenhum outro tipo de relacionamento que seja duradouro.

Com o minimalismo, decidi focar nos relacionamentos que me importam e também em focar na busca do que desejo. Ser um jogador profissional de poker ou trabalhar com criptomoedas podem parecer loucura para a maioria das pessoas. Para muitos familiares meus, é mesmo. E eles sempre vão tentar convencer a escolher o que eles acham melhor para nós. Porém, devemos ter o nosso amor próprio e bater o pé no que realmente queremos. Isso não apenas irá nos trazer a verdadeira felicidade, como trará o respeito daqueles que tentaram nos dissuadir.

Razões pelas quais manter um relacionamento sério

 

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No texto anterior, mostrei algumas das razões que me levaram a abrir mão de relacionamentos amorosos e a focar em relacionamentos que considero mais saudáveis e duradouros, como família e amizades.

O texto foi relativamente polêmico. Muitos leitores disseram que era uma visão passageira, que eu mudaria de ideia no futuro. Outros falaram que não conseguiam ter uma visão tão radical quanto a minha, que ainda acreditavam no amor e na possibilidade de ter uma vida ao lado de outra pessoa.

Eu também acredito que isso seja possível. E mais: acredito que nos traz inúmeras vantagens e benefícios. Não há nada mais gratificante do que ter alguém ao seu lado para lhe apoiar nas horas difíceis, para compartilhar os momentos de alegria e para dividir a sua vida.

Vejamos algumas vantagens de escolher ter um relacionamento sério com alguém. (PS: as vantagens não são necessariamente iguais para todos; assim como no texto anterior, estou contando aqui a minha experiência)

Sexo

A primeira – não necessariamente a mais importante – é o aspecto sexual. Pessoas que possuem um parceiro fixo tendem a ter relações sexuais mais saudáveis, completas e, principalmente, frequentes – não é à toa que, mesmo com toda a liberação sexual dos nossos tempos, somos a geração que menos faz sexo desde os nossos pais.

Ter uma parceira fixa aumenta o nível de intimismo da relação, traz mais variância e chances de apimentar a relação e aumenta a frequência com a qual fazemos sexo. E isso traz efeitos mais que positivos: aumento da autoestima, diminuição do stress e mais energia durante o dia a dia.

Apoio mútuo, pessoal e profissional

Na nossa vida, sempre precisamos de algum tipo de estímulo para seguir com as nossas atividades diárias. Seja em um projeto pessoal, seja para concluir um curso, esses momentos são bem mais fáceis quando temos alguém que nos apoie. Com uma parceira ao nosso lado, temos alguém ao nosso lado para nos apoiar em tais momentos. Da mesma forma, podemos mostrar todo o nosso amor e dedicação apoiando-a em suas conquistas e momentos difíceis. Algo que só fortalece a relação.

Compartilhar nossas conquistas

Depois de qualquer jornada vem sempre a conquista final. A conclusão de um curso, a abertura da sua empresa ou seja lá qual for, é o momento onde nos sentimos no topo. E o topo do mundo é sempre melhor quando temos alguém com quem dividir a vista. Uma parceira que nos acompanha durante os momentos de luta é a pessoa mais do que indicada para sentar-se conosco quando desfrutarmos a conquista.

Provar nossa capacidade de amar

Pode não parecer, mas muitas pessoas ainda acreditam que não são capazes de amar ou de serem amadas por alguém. Para elas, um relacionamento é algo extremamente difícil de manter, exatamente por pensarem que não conseguem fazê-lo por muito tempo.

Quando entramos em um relacionamento onde ouvimos um “eu te amo” todos os dias, imediatamente mudamos a nossa atitude. Ter a prova de que podemos dar amor de forma intensa a qualquer pessoa é um presente inestimável.

Companhia para todas as horas

Nem todos gostam de ir ao cinema ou a um show sozinhos, e ir com os amigos nem sempre é uma opção. Com uma namorada, temos uma companhia para ir ao cinema, jantar, ver a nossa banda favorita, assistir um filme na Netflix ou simplesmente dormir abraçado em uma noite de chuva forte.

Planos “bobos”

Não precisa negar: já sabemos que você faz planos com a sua namorada. E não falo de planos para o que vão fazer no fim de semana ou pra onde vão viajar no feriado.

Casa na praia, qual o cachorro que terão, os nomes dos filhos… Quando namoramos, nossa imaginação dispara. E junto com ela vem os objetivos e metas de longo prazo, que dificilmente traçamos quando estamos solteiros. Ao ter alguém que sabemos que pode ser a pessoa com a qual vamos dividir nossa vida, nos tornamos mais previdentes, mais seguros e mais confiantes.

Legado

Todo homem tem como objetivo deixar o seu legado na Terra antes de vir a falecer. Não nascemos para deixar o nosso nome ser extinto.

Em termos evolutivos, fazemos sexo para passar à frente os nossos genes através da nossa descendência. Porém, diferentemente dos animais, temos a capacidade de exercer a monogamia, ou seja, constituir família. A família de um homem é seu maior prêmio, e ninguém deseja constituí-la ao lado de uma mulher com a qual não pretendemos passar o resto da vida juntos. E todo esse processo sempre começa no namoro.

Por que abrir mão disso?

Luciano, se você reconhece todas essas vantagens de se ter um relacionamento sério, e se você reconhece que elas são enormes em relação a ser sozinho, então por que resolveu abrir mão delas?”

Simples: porque eu já fiz todos esses planos.

E nenhum se concretizou.

Esse é o ciclo de um relacionamento. Você conhece alguém, se apaixona, passa a “amar” aquela pessoa. Faz planos, escolhe a casa ideal, o cachorro que querem adotar, quantos filhos desejam ter – e os nomes de cada um. Tudo absolutamente lindo.

Um dia, porém, uma das partes sempre virá até você com uma frase. Uma simples frase, suficiente para destruir completamente esse ciclo.

Eu não te amo mais.

Game over! E a busca inicia-se novamente, sempre com o mesmo ciclo e mesmas atitudes, para no final acabarmos vítimas da frase acima.

Eu simplesmente decidi impedir que o ciclo comece. Decidi manter o foco em criar vínculos anticíclicos, mais saudáveis, positivos e felizes.

Eu invisto em ações e bitcoins, o que significa que a minha vida financeira é uma verdadeira montanha-russa de ganhos e perdas. Eu apenas decidi não trazer a mesma volatilidade para a minha vida sentimental.

Razões que me fizeram trocar namoros por amizades

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Relacionamentos são saudáveis, isso é fato. Com raríssimas exceções, o contato que temos com outras pessoas é fundamental para a construção da nossa identidade pessoal e social, nos traz motivação para lidarmos com o nosso cotidiano e serve como uma rede de apoio em momentos difíceis que podemos passar ao longo do tempo.

Os relacionamentos amorosos trazem isso em um grau mais intimista. Ter um namorado ou namorada traz para a nossa vida uma série de pontos positivos: uma companhia para o cinema, um confidente a quem podemos desabafar os nossos problemas, alguém que conhece a nossa intimidade e em quem podemos confiar; e, claro, um parceiro sexual fixo. São enormes as vantagens de se ter um relacionamento sério, vantagens que as amizades não costumam ter – especialmente no aspecto sexual.

Porém, ter um namoro pode ser um grande prejuízo em termos sentimentais, nos trazendo sentimentos negativos que uma amizade dificilmente traria. Eu mesmo passei por vários desses sentimentos, especialmente no meu último relacionamento, e foi exatamente essa experiência que me fez mudar o foco sobre relações humanas: decidi priorizar minha família e amigos e, ao invés de dar um tempo em relacionamentos amorosos, tomar uma decisão mais radical: abolir o interesse por eles.

Desde então minha vida tem melhorado imensamente do ponto de vista das relações com as pessoas que realmente importam. Esse texto irá mostrar os motivos pelos quais isso aconteceu, os quais me levaram à decisão que eu tomei

Priorizar as pessoas que realmente importam

Pais, tios, primos, amigos de longa data. Após abolir a busca por namoros, passei a dar prioridade em fortalecer mais essas relações. Por ter perdido minha mãe quando era muito novo, tive pouco contato com minha família por parte dela na infância, a ponto de quase me sentir um estranho no meio deles. Fiz o mesmo com os meus amigos, dando pouca ou nenhuma atenção a pessoas que sempre estiveram ao meu lado.

Hoje, fortalecer esses laços é uma prioridade muito maior do que criar vínculos que considero extremamente frágeis. É um clichê, mas namoros vem e vão, enquanto sua família e seus melhores amigos são eternos. Preserve-os ao máximo.

Relacionamentos mais firmes, duradouros e saudáveis

Esse é praticamente um complemento do ponto anterior. Namoros funcionam como um campo de cana: precisam ser consumidos e replantados com frequência. Ao passo de que se relacionar com amigos e com sua família é como plantar oliveiras: elas demoram para dar frutos, porém quando o fazem são capazes de continuar fornecendo azeitonas por séculos. Portanto proporcionam mais alegrias, confiança e segurança.

Maior independência pessoal

Muitas pessoas colocam como uma vantagem do casamento os filhos, que serão aqueles responsáveis por nos ajudar na velhice. Eu, no entanto, vejo isso de forma inversa, pois considero a independência pessoal uma questão de honra.

Não ter alguém ao nosso lado significa que teremos que cuidar melhor de nós mesmos, pois ninguém mais fará isso. Sendo assim, temos um maior incentivo para cuidar da nossa saúde, seja física ou mental, fazendo mais exercícios e levando um estilo de vida saudável e ativo. Essa foi, de fato, uma das principais mudanças que tive na minha vida nos últimos meses.

Aprender a dar aquilo que desejo receber

Um relacionamento amoroso é cheio de expectativas e promessas, especialmente no início. No entanto, a maior parte delas acaba virando pó – e isso geralmente ocorre por meio de uma das partes, sem nenhuma reciprocidade.

Já um relacionamento duradouro de amizade é completamente aberto. Dificilmente há a perda do “amor de amigo” por parte de alguém, ou mesmo um desgaste de relacionamento. Sempre damos aquilo que desejamos receber tendo a certeza de que a reciprocidade será longa e livre de promessas vazias.

Guardar o nosso melhor para nós mesmos

Nem sempre o mérito é o principal agente em um relacionamento. Você pode ser o melhor namorado ou namorada do mundo, mas esse melhor sempre será ignorado a partir do momento em que a relação acabar – e ela SEMPRE acabará.

Abrir mão de namoros possibilita que a atenção de alguém seja voltada para a única pessoa que realmente importa: ele mesmo.Eu, por exemplo, passei a me cuidar melhor, a ser mais atencioso com as pessoas ao meu redor, a desenvolver vínculos mais fortes com quem realmente importa, e fiz isso por motivos verdadeiramente egoístas: me sinto bem tendo ao meu lado pessoas que realmente ficarão comigo em todas as horas.

Planejar experiências de forma mais prática 

O que fazer quando você quer ir para Londres, mas sua namorada quer visitar Paris?

Ou, para adaptar à realidade brasileira, você quer ir para Blumenau e sua namorada, pro Rio de janeiro?

Em tais situações, é necessário um bom poder de barganha para tentar convencer a nossa parceira a ir conosco. Se você é solteiro, isso não será necessário; você simplesmente escolhe o seu destino e pronto.

E tem mais um bônus: aproveitar a viagem ao máximo sem precisar negociar quais locais irá visitar.

Ausência de “risco da contraparte”

O risco da contraparte é o nome que se dá ao risco de uma das partes de um acordo não cumprir com o que foi combinado. Exemplo: você empresta 500 reais a um amigo. Logo, o risco da contraparte é que ele não devolva o valor, ou devolva apenas parte dele. Podemos aplicar isso para o mundo dos namoros colocando o risco da contraparte como o risco de que uma das partes termine o relacionamento, ou mesmo que cometa uma traição.

Embora seja algo natural da vida, o fim de um relacionamento pode ser muito desgastante quando havia um real planejamento de vida de uma das pessoas. Depressão, baixa estima e tristeza são sintomas comuns de acontecerem após isso.

Quem prioriza amizades possui um baixo risco de contraparte e, consequentemente, uma vida de menos preocupações com términos e traições.

Não precisar se preocupar em fazer alguém feliz

Alguém que seja solteiro precisa dar felicidade apenas a uma pessoa: ele mesmo.

Enquanto que a preocupação em agradar e fazer alguém feliz é a normalidade em um relacionamento amoroso – o que leva muitas pessoas, em casos extremos, a deixarem de ser elas mesmas – quem é solteiro não precisa disso. Ele pode ser ele mesmo sem nenhum problema, uma vez que todos que estão ao seu lado o conhecem há vários anos e, portanto, são amigos dele exatamente por esta razão. Essa pessoa não precisa entrar na “rat race” da conquista, ou provar algo para ninguém; ela pode ser ela mesma sempre.

E você, também está nessa fase de mudança de foco nos relacionamentos? Deixa a sua experiência aqui nos comentários!

 

Conforto nem sempre traz felicidade

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Eu poderia encerrar esse texto apenas no título, mas não seria justo com todos os meus leitores diários deixá-los sem uma explicação mais detalhada.

A verdade é que ter uma situação confortável e estável é, em muitos sentidos, um atalho certo para a infelicidade.

Imagine que você se encontra em uma situação difícil na sua vida. Seja no seu relacionamento, no seu emprego ou nas suas finanças, algo não está indo tão bem quanto você imaginava. Você, então, decide dar um passo atrás, procurar uma maior estabilidade ou uma forma de lidar com aquela situação de uma maneira que você não sofra tantos riscos.

Um exemplo claro: você mora em uma cidade de médio porte ou em uma capital, na qual você procura uma vida melhor para si próprio, procura oportunidades que só esses locais podem oferecer. Após anos morando ali, sua situação começa a ficar complicada em relação ao custo de vida: dificuldade de fechar as contas, de pagar aluguel, ou até de conseguir se alimentar. Desanimado com isso, você traça um plano e decide retornar para a sua pequena cidade de origem, no interior, e morar por um tempo na casa dos seus pais pensando em “dar um passo para trás e depois, dois para a frente”. Você planeja se estabilizar, juntar um dinheiro e, então, retornar para a cidade onde morava e recomeçar.

Mas será que essa é a melhor opção?

O exemplo acima não é ficcional: trata-se da minha experiência. E posso garantir que não é a alternativa que eu seguiria novamente.

Ao abrir mão da oportunidade de se manter em uma cidade maior, podemos até ganhar mais conforto e uma maior estabilidade financeira por conta da redução nos nossos gastos. No entanto, deixar de perder não é o mesmo que ganhar. O que deixamos de perder é muito menos do que as coisas que deixamos de conseguir a partir do momento em que saímos de um local com oportunidades e voltamos para uma situação não qual ficamos parados no tempo.

Enquanto eu estive na casa dos meus pais, pude refletir sobre várias coisas que me aconteceram em todo esse período em que estive lá. Refleti também sobre as oportunidades que obtive nas vezes em que viajei para a capital do estado, na qual morei por 8 anos e para onde pretendo retornar. O saldo positivo de estar em uma cidade grande, mesmo com todas as instabilidades financeiras e de trabalho decorrentes – assim como as oportunidades que deixei passar por não estar lá – jamais se comparam ao “conforto” que obtive estando em um local ao qual não pertenço e nem quero pertencer.

Minimalismo não envolve apenas escolhas de bens físicos. Envolve fazer as melhores escolhas em relação à sua própria vida, ao que você deseja obter para o seu futuro, e aos locais aos quais você se sente como pertencente.

Hoje, sei que não estou no local ao qual pertenço.

E isso, caro leitor, é o primeiro combustível para exercer a explosão da busca pela felicidade.

Mesmo que ela venha sem conforto.

Como usar dinheiro e consumir de forma eficiente

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Esse artigo dá seguimento nas cinco dicas anteriores sobre como levar uma vida minimalista. Enquanto o artigo anterior mostrava como se livrar de dívidas e consumir de forma minimalista, o artigo de hoje mostra como economizar, consumir e investir aplicando os mesmos princípios.

Portanto, segura aí mais cinco dicas!

1) Priorize promoções
Essa vale especialmente para roupas e para presentes em épocas como natal. As lojas costumam dar enormes descontos em roupas da estação anterior; da mesma maneira, os descontos dos produtos após o dia de natal costumam ser bem generosos. Aproveite essas ocasiões, pesquise preços e marcas e faça a sua compra de maneira inteligente.

2) Use sistemas de cashback
O cashback é uma modalidade usada por startups como o Méliuz, na qual você realiza suas compras em um site parceiro e recebe parte do valor consumido de volta.

Ex: se você fizer uma compra de R$ 1.000,00 através do link da Méliuz, ou de um site semelhante, e a compra tiver um cashback de 2%, você receberá R$ 20,00 de volta, em dinheiro que pode ser retirado e usado da forma que você desejar. É como um desconto, só que o valor estará retornando para você após a compra.

Confira sempre se o site ou estabelecimento onde você compra oferece essa opção. Caso ofereça, não deixe de aproveitar.

3) Não tenha vergonha de barganhar – e use dinheiro vivo sempre que puder
Embora os cartões de crédito e débito tenham a vantagem da praticidade, eles cobram taxas altas que acabam impedindo o vendedor de fornecer descontos maiores. É aí que entra o dinheiro vivo: compras em dinheiro não são afetadas pelas taxas das empresas, o que permite que o consumidor tenha um poder de barganha maior.

Portanto, use dinheiro vivo sempre que for possível e não deixe de pechinchar o valor de uma compra.

4) Vai viajar para o exterior? Use bitcoin!
Muitos minimalistas procuram economizar em consumo material para consumir experiências, como uma grande viagem para fora do país. Mas viagens ao exterior costumam ser complicadas de planejar quando o quesito é o dinheiro.

Em um país de moeda fraca como o nosso, precisamos sempre ficar de olho na melhor cotação do dólar ou euro, além de pagarmos altas taxas de impostos na operação, como o IOF. Por isso, recomendo o uso do bitcoin, a moeda digital que está bastante em alta no momento.

Com o bitcoin é possível carregar cartões de débito internacionais em dólar, euro ou libras esterlinas, e usar esses cartões de forma prática e rápida, sem o pagamento de nenhuma taxa ou imposto exorbitante. Basta apenas observar o preço da moeda, comprar e usar.

5) Produza novas fontes de renda
Talvez o principal item dessa lista, ter uma fonte de renda secundária é fundamental para conseguirmos passar bem por momentos de crise financeira.

Portanto, use isso a seu favor. Sabe inglês? Dê aulas de reforço. Toca algum instrumento? Forneça aulas particulares. Tem conhecimento sobre finanças ou alguma outra área? Então atue como freelancer. Consiga sempre uma renda extra.

Outra forma de fazer isso é através de investimentos. Fundos imobiliários e ações de empresas que pagam bons dividendos são excelentes oportunidades para conseguir uma renda recorrente no médio e longo prazo.

Cinco dicas para levar uma vida financeira minimalista

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Dívida é algo complicado. Eu já passei por um processo de uma grave perda financeira e hoje estou arcando com as dívidas que sobraram. Foi justamente esse processo de perdas que me levou a adotar um estilo minimalista na minhas contas pessoais

Levar uma vida minimalista no campo das finanças pode representar, na visão de muitas pessoas, avareza, uma vida de pechinchar por qualquer mísero centavo. Mas não é nada disso: uma vida minimalista em ermos financeiros significa economizar recursos para as coisas que realmente importam para nós, e cortar ao máximo todo o supérfluo.

No caso de uma pessoa endividada, presume-se que a sua prioridade seja a de cortar gastos e quitar as suas dívidas. Nesse caso, trago aqui cinco dicas extremamente úteis nesse processo, as quais aplico no meu planejamento pessoal.

1) Priorize o pagamento das dívidas.

Não adianta fazer investimentos que rendem 10% ao ano se você tem uma dívida que cobre 20% de juros AO MÊS, como muitos cartões. Portanto, livre-se das dívidas antes, e só depois crie o seu plano de investimentos (caso queira investir pouco para adquirir o hábito, pode fazê-lo. Mas sempre pague as dívidas atrasadas primeiro).

2) Pague primeiro a dívida de maior juros, e não a de menor valor.

Juros compostos podem ser – e são – uma bênção nos seus investimentos, mas são terríveis para dívidas: uma dívida com juros altos – como cartão de crédito – tende a dobrar de valor em pouco tempo. Evite que isso aconteça, negocie primeiro a dívida que incida mais juros, evitando que ela se transforme em uma bola de neve que venha a destruir suas finanças.

3) Negocie sempre!

Quanto maior e mais antiga a dívida, mais as instituições procuram negociar, pois querem receber qualquer quantia que possam. Calcule o quanto você pode pagar e faça sua proposta, sempre verificando se o valor proposto está dentro das suas possibilidades.

4) Enquanto estiver pagando as suas dívidas, não utilize nenhuma forma de crédito.

Você fecha um acordo para pagar uma dívida no banco, sai da agência, vê uma roupa bonita em uma loja e pá! Usa o cartão e parcela em 10 vezes sem juros. Um comportamento não muito racional, certo?

Não adianta fazermos o planejamento de pagar uma dívida se imediatamente após o fechamento de um acordo, contraímos outra. Corte cartões, cheque especial, e utilize apenas o débito ou dinheiro vivo para fazer suas compras. Inclusive é uma boa forma de economizar conseguindo descontos.

5) Aproveite essa fase para aplicar o minimalismo na sua vida.

Assim como não adianta fazer um longo parcelamento enquanto pagamos uma dívida, também não adianta comprarmos coisas em excesso durante esse período.

Sendo assim, comece a pensar em como ter uma vida com menos. Faça compras pontuais apenas quando for necessário. Procure promoções ou locais que ofereçam descontos para pagamentos à vista, frequente locais nos dias em que há promoções e/ou descontos, retire uma renda extra vendendo coisas que não usa mais, use milhas em suas viagens e procure viver com o essencial, dentro das suas possibilidades atuais.

Aplique uma boa preferência temporal: tenha o mínimo hoje para ter muito no futuro.

É possível adotar um estilo de vida minimalista no Brasil?

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Quando vemos sites, vídeos, ou até mesmo fotos no Pinterest sobre minimalismo, geralmente vemos casas ou apartamentos muito funcionais, com praticidade e conforto unidos.

Só que há um porém: a maioria desse material é feito por pessoas que não moram no Brasil, o que às vezes da a impressão de que é impossível viver um estilo minimalista em nosso país.

Será mesmo?

Minimalismo à brasileira

Antes de mais nada, um aviso: se você se vê no minimalismo tendo um apartamento de 30 metros quadrados, ou uma casa-contêiner feita sob medida, receio que ficará decepcionado. Isso porque os apartamentos pequenos, além de serem pouco comercializados em muitas cidades brasileiras, são extremamente caros, podendo custar mais caro do que um apartamento padrão de dois quartos.

Já os contêineres usados na fabricação de casas tendem a ser mais baratos, porém dependem da aquisição de um terreno para a construção – que costuma ser caro dependendo da cidade e região. E são poucas empresas brasileiras que trabalham com esse tipo de construção.

Portanto, o “minimalismo de YouTube” pode realmente ser bastante difícil de aplicar em nosso país. O que nos leva a exercer o “jeitinho” brasileiro de forma positiva, adaptando-se ao que podemos trazer da filosofia minimalista para outras áreas.

1) Finanças

O Brasil é o país com as mais altas taxas de juros no mundo.

Portanto, ter um descontrole nas finanças pode ser fatal, especialmente no caso de cartões de crédito ou cheque especial.

Economizar, pechinchar e comprar à vista sempre que possível são formas de nos tornarmos menos dependentes de juros. Investir em boas aplicações é uma forma de fazer os juros serem nossos aliados na construção de riqueza.

2) Consumo

Durante anos, houve uma clara política de governo voltada para o estímulo ao consumo e a obtenção de crédito.

O resultado disso? Entre 2008 e 2014 o endividamento total das famílias brasileiras aumentou em 1 TRILHÃO de reais. Mais da metade dos brasileiros possuem algum tipo de dívida.

Tal cenário foi um resultado direto desse estímulo ao consumo desenfreado, algo que um minimalista sempre vai procurar evitar. Não por sermos contra o consumo, mas sim porque temos foco nas coisas que realmente nos importam e, portanto, todo o restante torna-se secundário em termos de consumo.

3) Produtividade

O minimalismo também pode ser aplicado na produtividade do nosso dia a dia, independentemente de ser no trabalho ou nas nossa vida pessoa.

Fazer mais usando menos, consequentemente tendo mais tempo livre para outras atividades, é algo que podemos aplicar facilmente na nossa vida. Seja possuindo menos coisas e reduzindo o tempo de arrumação da casa, até manter o foco em uma só atividade e evitar a dispersão do multitasking, procure sempre manter a sua produtividade diária em alta.

4) Descarte de resíduos

A adoção de um estilo de vida minimalista já traz um enorme benefício nessa parte, uma vez que tendemos a produzir menos resíduos a partir do momento em que diminuímos o nosso consumo.

Portanto, nossa função nesse ponto é a de aperfeiçoamento. E isso pode ser feito de várias maneiras simples: reciclagem e separação adequada do lixo, reutilização de utensílios sempre que possível, venda ou doação daquilo que possa ser utilizado por outra pessoa, e várias outras maneiras.

Essas são quatro maneiras de começarmos a adotar o minimalismo em nossas vidas. Conhece mais alguma? Deixa nos comentários!

Clube da Luta, dinheiro e a busca pelo essencial

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“As coisas que você possui acabam possuindo você”

Clube da Luta. Sem dúvida, um dos filmes com mais lições sobre o minimalismo.

Não que eu seja totalmente fã da proposta do filme. Acredito que a crítica a “sociedade capitalista” seja feita de forma equivocada, como já citei no meu texto sobre minimalismo e capitalismo.

Isso não impede o filme de trazer mensagens educativas e viscerais, como a que abre esse texto.

Nossas coisas podem nos possuir, podem nos escravizar por completo mesmo sendo inanimadas.

E nenhuma delas tem um poder tão grande para isso quanto o dinheiro.

Você respeita a si próprio?
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“Trabalhamos em empregos que odiamos, para comprar porcarias que não usamos, para impressionar pessoas de quem não gostamos.”

A principal citação do filme pode servir para qualquer pessoa que defino como “escrava do próprio dinheiro ou do próprio emprego”.

Uma vida minimalista não é apenas a busca pelo mínimo, é a busca pelo essencial; esse sim, algo pelo qual vale a pena ter muito.

O essencial para Tyler Durden, personagem principal do filme, eram pessoas, um abrigo, ferramentas para criar seus explosivos e um porão onde pudesse realizar as reuniões do clube.

E as reuniões eram sempre lotadas, cheias de pessoas que, prisioneiras por algo em suas vidas, buscavam ali um momento de libertação.

Não importa qual seja a prisão, isso é de caráter subjetivo. Seja um trabalho, dívidas ou o próprio casamento, todos nós temos algo que mantemos apenas por aparência.

Mantemos um emprego que não gostamos por medo da mudança e de não termos dinheiro para manter nosso padrão de vida, mas sequer pensamos na possibilidade de viver com menos.

Mantemos dívidas que nos trarão bens que possamos ostentar, mas sequer pensamos em criar ativos que possam pagar esses bens, ou se esses objetos realmente nos trazem felicidade.

Mantemos um casamento que não tem mais frutos pelo medo da solidão e de ter que recomeçar.

Amamos viajar, mas preferimos comprar um videogame moderno e ficar em casa jogando. Queremos novas experiências, mas escolhemos um carro zero. Gostamos de mudar de ambiente, mas compramos um endereço fixo aos 25 anos e passamos os próximos 25 anos pagando por isso. Temos o sonho de investir e gerar renda, mas guardamos o nosso dinheiro na poupança ou no CDB que o nosso gerente indica, por pura conveniência.

Fazemos tudo, menos aquilo que nos trará o respeito pela nossa própria trajetória. Traímos a nós mesmos, e de uma maneira muito pior do que qualquer outra pessoa o faria.

O retrocesso positivo

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Enxergamos o recomeço, o “juntar de cacos” como um fracasso. A palavra “retrocesso” é tida como um atraso, como algo que apenas fracassados falam ou fazem.

Será?

Eu vejo que, em muitas vezes, o retrocesso pode ser a única forma de nos mantermos vivos ou realizados.

Os membros do clube tinham um único objetivo: brigar para sentirem-se vivos novamente. Para isso, regrediam ao mais básico estágio de violência gratuita, chegando ao cúmulo de fazerem isso fora do clube. Mas isso lhes dava algo que muitos de nós ainda não temos:

Liberdade!
Realização!
E muito mais.

Não que o filme defenda a briga no meio da rua como instrumento de libertação. Isso é apenas um recurso estético, usado de forma extrema para mostrar algo muito mais real: vivemos vidas que não queremos.

Clube da Luta não foi feito para quem já está feliz e realizado com sua vida. Ele foi feito para quem está sem rumo, para quem vê um fracasso ocasional como algo eterno, ou vê o retrocesso como algo que lhe trará o selo de “fracassado”. Ele mostra o menos como um avanço.

Vivendo como precisamos

Um minimalista não precisa entrar em uma briga para se sentir livre. Mas fazemos isso através de um processo similar ao do Tyler: retirando o que não precisamos.

Uma pessoa que conhece os seus objetivos não precisará buscar um emprego de alto salário para comprar coisas que não lhe acrescentarão algo.

Quem tem como objetivo viver com experiências certamente não irá se preocupar com o novo iPhone lançado caso o seu antigo celular ainda funcione.

Quem gosta de mudanças não irá se preocupar em financiar um apartamento aos 25 anos de idade, durante metade de sua vida. Existem opções muito mais baratas de aluguel.

Conclusão
“Mas você é doido, vai doar metade das suas roupas?”
“Eu não conseguiria doar meus livros físicos e ficar só com o Kindle.”
“Você devia comprar um apartamento enquanto é jovem.”

Três frases que eu – e muitas pessoas – já devem ter escutado.

Bem, eu ignorei todas – criei meu próprio clube da luta e, assim como o Tyler, não me arrependo.

E, contrariando os ensinamentos dele, eu falo sobre o meu clube.

Leitura complementar sobre o tema: “We Fight to Feel Alive”. https://fee.org/articles/we-fight-to-feel-alive/?utm_source=FEE+Email+Subscriber+List&utm_campaign=e29c695ddc-MC_FEE_DAILY_2017_05_10&utm_medium=email&utm_term=0_84cc8d089b-e29c695ddc-108080345

Liderança, comunicação e relações humanas: 4 séries que você deveria assistir

Se existem três coisas que deveriam ser ensinadas a qualquer criança, por qualquer escola, são noções de liderança, comunicação e relações humanas.

Estudar sobre minimalismo me permitiu aprender mais, diariamente, sobre como melhorar as minhas habilidades com as pessoas, uma vez que passei a dar menos atenção a coisas. Seja com meus amigos, colegas de trabalho ou com minha família, as melhoras foram significativas.

Ha dois anos fiz aquele que considero o curso mais importante da minha vida: o Dale Carnegie Course (DCC). Criado pelo famoso escritor do livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, foi um curso que me fez sair do terreno da introspecção e total falta de tato e me levou a ser alguém mais articulado, aberto e ativo em todos os aspectos, me trazendo melhoras em todos os setores da vida. É um curso que abarca uma área de estudo que considero mais importante do que qualquer formação acadêmica.

Caso você, leitor, não possa fazer o curso, recomendo que ao menos leia o livro de Dale Carnegie, na minha opinião o maior estudioso sobre o comportamento humano do século XX, que montou um curso que chega aos 104 anos de idade sendo mais atual do que nunca.

Mas os exemplos de liderança, comunicação e como se relacionar bem não estão restritos apenas a cursos ou livros, muito menos estão apenas na vida real. Um simples passeio pelo menu da Netflix pode lhe mostrar vários materiais sobre aqueles temas, desde documentários como o do Anthony Robbins até series com enfoque na relação com o outro – Lie to me.

Baseado nisso, decidi escrever uma lista das séries que me fizeram aprender mais sobre cada um daqueles temas. Tais séries não tem exatamente os mesmo princípios de um curso DCC, muito menos tem como foco liderança ou comunicação. Porém se destacam por causa de certos enredos ou personagens que trazem consigo atitudes e comportamentos que se encaixam nessa filosofia e que, em minha visão, podem ser bastante assimilados por qualquer telespectador da série em questão

Eis as quatro séries que recomendo para quem deseja aprender e ter um entretenimento de qualidade.

Breaking Bad

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Breaking Bad foi um fenômeno da TV americana especialmente durante sua última temporada, exibida em 2013, na qual chegou a ser classificada como uma das melhores série da história.

Sendo exagero ou não, a história sobre um professor de química com câncer que decide fabricar metanfetamina para deixar segurança financeira para a família traz boas lições de empreendedorismo, comunicação e liderança. Apesar do caráter distorcido de Walter White/Heisenberg ficar nítido a cada temporada, o crescimento do personagem é uma grande lição: de um mero professor de ensino médio, Walter cria o seu alter ego e se transforma em um verdadeiro chefão do tráfico, criando um produto e marca que se tornam emblemáticos.

As habilidades de comunicação por ele desenvolvidas, tanto para fugir do órgão de combate ao tráfico de drogas (chefiado pelo cunhado de Walter, Hank) quanto para lidar com potenciais clientes e fornecedores, são uma verdadeira aula de como exercer o poder do convencimento, como pode ser visto na negociação que abre o episódio “Say My Name”.

E.R.

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Uma década antes do sucesso de Grey’s Anatomy, a melhor série médica da TV americana estreava. E.R. – conhecida no Brasil como “Plantão Médico” – mostrava a rotina do fictício County General Hospital, em Chicago, e os desafios enfrentados pela equipe do Dr. Mark Greene.

A série é perfeita sob vários aspectos: além de ter dado fama a atores como Goerge Clooney e Julianna Marguiles (The Good Wife), E.R. reúne praticamente todos os temas desse texto: desde a relação mestre pupilo entre o Dr. Greene e o jovem médico John Carter, até a liderança destacada daquele dentro da equipe médica, passando pelas relações entre cada membro da equipe e a discussão sobre legado (a filha de Mark torna-se médica no final da série, seguindo o legado do pai). Sendo a mais longa série médica lançada nos EUA, E.R discute todo e qualquer tema de maneira densa e com extrema qualidade.

Uma série que recomendo a qualquer médico ou estudante de medicina.

White Collar

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O agente do FBI Peter Burke resolve vários casos de crimes de colarinho branco contando com a ajuda do consultor Neal Caffrey. O problema é que Neal é um carismático ladrão e falsário cuja captura foi feita prelo próprio Burke. Neal decide atuar como consultor para sair da prisão, e é mantido sob estrita vigilância enquanto usa seus conhecimentos sobre crimes para ajudar o lado da lei.

E é justamente Neal – interpretado brilhantemente pelo ator Matt Bomer – que traz as melhores lições de comunicação e relações humanas dessa lista. O falsário/consultor utiliza seu charme, presença e excelente capacidade de comunicação em vários aspectos, desde distrair uma vítima para roubar-lhe algo até descobrir uma informação vital para um dos casos do FBI. Com essa habilidade, Neal desenvolve todos os tipos de networkings, consegue acesso a eventos e produtos exclusivos, e até consegue um lugar para morar.

Elogios, mostrar interesse pela outra pessoa, não criticar; praticamente todos os princípios de um bom relacionamento são mostrados de forma prática e divertida em White Collar.

Sons of Anarchy

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Você deve estar pensando: “mas o que um motoclube tem a ver com liderança, comunicação e relações humanas?”

Quem assistiu essa brilhante série sabe a resposta: tudo!

Sons of Anarchy é o nome do motoclube em questão. A saga conta a história do clube e também a de Jax Teller, filho de um dos fundadores. O clube envolve-se em vários arranjos considerados pouco lícitos, que variam desde o tráfico de drogas e armas, envolvimento com a máfia e com carteis, até o ramo da indústria pornográfica.

Mas a parte interessante da história está na relação entre os membros do clube, os quais se tratam – e se consideram – como uma verdadeira família. Temas como negócios, honra, lealdade e amor à família são colocados na tumultuada relação entre o trio Jax, Gemma (mãe e Jax) e Clay (padrasto de Jax e presidente do clube); lealdade, na relação entre Jax e seu melhor amigo, Opie; nas negociações entre o clube e os carteis, a máfia e outros motoclubes rivais.

Tudo isso é tratado de forma que, a despeito das atividades ilícitas envolvidas no contexto, passa ao expectador grandes lições. Assim como Breaking Bad, Sons of Anarchy traz lições sobre os negócios que podem ser aplicadas em qualquer ambiente.

E você, conhece alguma série que poderia ser incluída nessa lista? Deixa nos comentários!

Por que um minimalista não deveria ser um anticapitalista

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Em minhas pesquisas sobre as razões que levam pessoas a adotarem o estilo de vida minimalista, uma delas ainda se destaca: a fuga das pressões do “capitalismo de consumo”.

O capitalismo, nessa visão, seria um sistema econômico que prega o consumo desenfreado, que estimula as pessoas a fazerem mais e mais dívidas, a trocarem seu carro e seu smartphone uma vez por ano, a ter sempre a roupa da moda, a gastar com os bens mais caros e a vários outros comportamentos dos quais os minimalistas que tem essa opinião procuram escapar.

Essas pessoas costumam ter como referências figuras que possuem ao redor de si um certo hype, dentre as quais destaco o papa Francisco e o ex-presidente do Uruguai, José Mujica. Ambos possuem pelo menos duas características em comum: são pessoas com postura e comportamento frugais, pregam o desapego aos bens materiais, e demonstram aversão ao capitalismo, ou pelo menos ao que eles entendem que seja esse sistema – o próprio Mujica é um socialista assumido.

Embora eu não me arrogue o direito de ter uma alcance de opinião tão relevante quanto ao de um político e ao do líder máximo da maior religião do planeta, desejo mostrar porque considero que eles estejam errados e por que – ao contrário do que eles afirmam – uma vida minimalista não pode existir sem um grau elevado de liberdade econômica. Apresentarei a minha visão, como libertário, de que minimalismo e capitalismo estão intrinsecamente conectados.

Acumuladores por necessidade
Quando estudo sobre História, procuro sempre a opinião dos meus pais. Ambos estão na casa dos 70 anos, e mesmo tendo pouco estudo formal, são pessoas com uma experiência prática fora do comum.

Pelo tempo de vida que possuem, eles já enfrentaram praticamente todas as crises modernas da história brasileira. Do regime militar à hiperinflação das décadas de 80 e 90, eles já viram de tudo.

Aquelas eram épocas nas quais as pessoas possuíam duas coisas em comum: baixa qualidade de vida e zero preocupação em levar um estilo de vida mais frugal.

Em tal cenário, é impossível pensar em coisas “triviais” como viver melhor com menos coisas, ou investir para o futuro, tendo um dinheiro sem perspectiva de valor (investimentos mais duradouros, como Bolsa e previdência privada, eram um privilégio de ricos naquela época).

Além disso, era uma época onde o grau de avanço tecnológico era incomparavelmente menor do que temos hoje. Queria ter mais livros em um espaço menor? Impossível, não existia Kindle na época. Salvar cópias de nossos documentos era inviável, já que os scanners praticamente não existiam também. Fotos só na base do “filme de 36 poses”, o que fazia a maioria das pessoas tirarem fotos apenas em eventos realmente especiais, como viagens e reuniões de família.

E-mail para comunicações rápidas? Esqueça. E-mails eram uma ferramenta que ainda engatinhava, e o Skype e WhatsApp eram um sonho até mesmo para o mais visionário. Queria estudar em casa? Só através das famosas enciclopédias, como a Britânica e a Barsa – sim, nada de Wikipedia.

Queria ver filmes ou escutar? Então podia se deslocar para as locadoras e torcer para ter uma boa fita disponível, ou ir até uma loja e comprar um vinil, os quais provavelmente só veríamos ou escutaríamos umas poucas vezes e deixaríamos guardados.

Nossos pais não eram ”acumuladores” por compulsão, mas por necessidade. Não havia substitutos para os itens que eles tinham acesso na época. Não havia como ser minimalista.

A Apple e o Napster como porta para o minimalismo
Muitos vão discordar dessa minha afirmação, mas eu reitero: sem Steve Jobs e a Apple, não teríamos o minimalismo como opção. O mesmo vale para o Napster, serviço de compartilhamento de músicas famoso na década de 1990.

Apesar de toda a controversa legal, é inegável que o Napster permitiu que as pessoas pudessem armazenar e compartilhar músicas em seus computadores, fazendo com que muitos pudessem dar início ao processo de se livrar de antigos vinis de bandas (que já estavam perdendo popularidade com o surgimento do CD). O Napster permitiu que pudéssemos guardar milhares de músicas sem consumir nenhum espaço físico.

Já a Apple precisou de mais alguns anos para criar duas das ferramentas mais revolucionárias do século XXI: o iPhone e o iPad.

Apesar de o conceito de tablets e smartphones preceder os produtos da Apple, foi a empresa da maçã que conseguiu tornar esses equipamentos funcionais, amigáveis e populares. Hoje temos na palma da mão tudo o que nossos pais precisavam de caixas para acumular em sua época (livros, músicas, documentos, fotos e muito mais recursos). As pilhas de livros, CDs, DVDs foram substituídas por serviços como Kindle, Spotify e Netflix, sendo que esses três podem ser levados em qualquer bolso – não é à toa que o slogan do primeiro iPod era “mil músicas no seu bolso”.

Uma revolução silenciosa gerada por uma simples palavra: capitalismo.

Ausência de liberdade econômica não estimula o minimalismo
Por que empresas como a Amazon e a Apple surgiram nos EUA? Por que um australiano – morador de uma antiga colônia prisional inglesa – possui uma maior qualidade de vida do que um brasileiro?

Porque ambos os países adotaram uma forte filosofia de liberdade econômica, estímulo ao empreendedorismo individual, alta produtividade e criação de riqueza, enquanto o Brasil ficou estagnado nas intervenções governamentais, nas “proteções ao trabalhador” e na preocupação em dividir uma riqueza que não existia.

Consequentemente, tais países hoje são ricos e exemplos de qualidade de vide em vários aspectos – a Austrália bem mais do que os EUA em muitos sentidos. Já o nosso país é pobre e com baixa qualidade de vida, mesmo para aqueles cidadão considerados entre os mais ricos do país.

Baixa qualidade de vida ocorre em razão de haver baixo acúmulo de capital, liberdade econômica e produtividade. O Brasil era – e sempre foi – um país pobre, que não abraçou os benefícios da liberdade econômica que tornou ricos países que tiveram um histórico colonial como o nosso (como Austrália, Cingapura e Nova Zelândia).

Muitos afirmam que não é possível nos comparar com tais países, pois fomos uma colônia de exploração, ou então porque “sempre exportamos bens de baixa tecnologia”. Contudo, tal justificativa não resiste a uma breve analise, uma vez que tais países também foram explorados por suas colônias. A Austrália foi uma colônia prisional durante mais de um século, Cingapura era uma favela a céu aberto até os anos 1960, e a Nova Zelândia se sustenta basicamente pela criação de ovelhas para exportação de commodities derivadas, como lã. E, entretanto, hoje são países modelos de países onde as pessoas possuem uma invejável qualidade de vida – um dos canais do YouTube que assisti ao pesquisar sobre minimalismo foi de uma brasileira que mora na Austrália.

Tal explicação é facilmente identificável: países que abraçam uma filosofia liberal, seja economica ou socialmente, tendem a possuir uma maior qualidade de vida e acesso a bens de alta tecnologia do que países que tem uma cultura mais intervencionista e menos livre. Consequentemente, naqueles países, o minimalismo é mais fácil de ser adotado, pois o acesso a bens de qualidade é muito mais acessível para a população em geral

Embora possam ser pessoas muito bem-intencionadas, o ex-presidente uruguaio e o papa demonstram um alto grau de desconhecimento sobre o que leva as pessoas a adotarem um estilo minimalista. Tal estilo, hoje, não é necessariamente uma questão de escolha: temos acesso a muito mais bens do que nossos pais tiveram e, paradoxalmente, precisamos de cada vez menos coisas.

Não precisamos mais de uma estante inteira para termos uma grande biblioteca, como era comum aos nossos avós. Nossas músicas não precisam mais ficar guardadas em vários porta-CDs dentro de uma gaveta, acumulando poeira, mofo e espaço. Cartas são algo que muitos adolescentes sequer precisaram enviar na vida; o e-mail simplesmente destruiu esse mercado, a ponto de hoje ser quase um nicho. De livros a comida, temos hoje mais bens do que qualquer pessoa teve em qualquer época, sem precisar ter nenhum bem a mais entulhando a nossa casa.

E tal milagre é mais evidente de acordo com a maior liberdade econômica. É por isso que vemos vários canais sobre minimalismo em países como Estados Unidos, Espanha, e até mesmo canais brasileiros, porém não vemos algo do tipo ser discutido na Argentina ou na Venezuela, por exemplo – ao menos não com a mesma frequência ou apelo. Minimalismo caminha junto com liberdade econômica: onde ela cresce, as pessoas são mais minimalistas; onde ela diminui, as pessoas acumulam mais bens, na esperança de terem o que trocar por comida ou outros bens básicos.

E é por vivermos em uma época onde podemos ter acesso a tais confortos é que um minimalista deveria defender a AMPLIAÇÂO da liberdade econômica, e não sua diminuição. Mais liberdade significa mais conforto, mais frugalidade e mais riqueza, não importa onde ela seja aplicada.

Conclusão
Assim como o milagre da multiplicação dos pães e peixes, hoje temos o milagre de fazer e ter mais conforto possuindo muito menos.

O mantra do minimalismo – “menos é mais” – é exatamente aquilo que a liberdade econômica nos proporciona todos os dias, a cada produto ou serviço lançado para facilitar as nossas interações.

Portanto, não critiquemos a liberdade econômica como se fosse um inimigo mortal. Pelo contrário, a abracemos como a uma parceira no crescimento da nossa qualidade de vida e na nossa jornada minimalista.